ACERN POLÍTICA
28 DE NOVEMBRO DE 2017
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SEM LUCIANO HUCK VOLTAM COM FORÇA OS VELHOS NOMES DA POLÍTICA
Com a confirmação do apresentador Luciano Huck em ficar de fora da
corrida pelo Planalto, caciques partidários voltam às estratégias para os
políticos conhecidos, já testados nas urnas. Nas campanhas para os governos
estaduais e o Congresso, outsiders não aparecem
Luciano Huck: "Tenho hoje uma convicção ainda mais vívida e forte de que serei muito mais útil e potente para ajudar meu país e nosso povo" |
Por Paulo de Tarso Lyra
A decisão tomada pelo apresentador de
TV Luciano Huck de não concorrer à presidência da República faz com que a
bússola política nacional volte a apontar para candidaturas de nomes mais tradicionais,
já testados eleitoralmente e, que não representam a renovação no cenário
público.
Além dos atuais
líderes nas pesquisas eleitorais, colocados em polos extremos da disputa — Luiz
Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro —, abre-se uma brecha para uma
candidatura de centro, que, no momento, poderia ser representada pelo
governador de São Paulo, Geraldo Alckmin e pelo ministro da Fazenda, Henrique
Meirelles.
A situação repete-se nas expectativas
de renovação do Congresso, que não deve fugir muito do percentual verificado em
anos anteriores, na casa dos 45%.
No caso dos
governos estaduais, a expectativa de mudanças é ainda menor, à exceção do Rio,
um estado que se encontra em situação conflagrada com todos os governadores
eleitos desde 1998, todos os presidentes da Assembleia Legislativa Estadual
(Alerj) e cinco dos seis desembargadores do Tribunal de Contas Estadual presos.
Lá, o Partido Novo lançou o nome do
ex-técnico da seleção brasileira Bernardinho ao governo estadual. Este já
adiantou que poderá ter o ex-secretário de segurança pública José Mariano
Beltrame como vice.
Alckmin ganhou fôlego
após a pacificação do PSDB (leia mais na página 3). Já Meirelles avisou,
durante evento em São Paulo, que tem até março para decidir se concorrerá ou
não à presidência da República. Pesquisas mostravam que Huck tinha uma
aprovação de 60% — na prática, uma avaliação positiva, o que não significa
intenção de voto.
Nessa segunda-feira
(27), o apresentador publicou artigo na Folha de S. Paulo dizendo que chegou a
ser seduzido pelo canto das sereias, mas que desistiu. Colocou-se como alguém
disposto a ajudar no debate, mas não para ser candidato neste instante.
“O momento de total
frustração com a classe política e com as opções que se apresentam no panorama
sucessório levou o meu nome a um lugar central na discussão sobre a cadeira
mais importante na condução do país (...) Mas tenho hoje uma convicção ainda
mais vívida e forte de que serei muito mais útil e potente para ajudar meu país
e o nosso povo a se mover para um lugar mais digno, ocupando outras posições no
front nacional”, afirmou ele, no artigo.
Durante debate
promovido pela revista Veja, em São Paulo, Huck afirmou que “nunca chegou a ser
candidato de fato e disse que seria uma insanidade promover uma ruptura tão
grande na sua carreira como apresentador e com sua família”.
Ele é casado com a
apresentadora Angélica e tem três filhos. Para o também apresentador de
televisão João Soares, Huck errou ao desistir da candidatura. “Ele é
inteligente, preparado. Até qual idade vai ficar apresentando programas que
distribuem prêmios?”
Huck tornara-se a
moda da vez, embora o prefeito de São Paulo João Doria já tenha flertado com
esse adjetivo de novo na política. Mas como os próprios tucanos admitem, ele
queimou a largada. Munido de pesquisas internas que mostram o derretimento de
sua imagem perante a população, resolveu recolher os flaps e admite, agora,
concorrer ao governo de São Paulo. O ex-presidente do Supremo Tribunal Federal
Joaquim Barbosa conversou diversas vezes com o PSB e a Rede, até sinalizou
simpatia com a possibilidade de ter como vice Marina Silva mas, até o momento,
não bateu o martelo quanto a nada.
Fonte: EM.com.br-Política
Fonte: EM.com.br-Política
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